Ter sucesso no setor de saúde suplementar depende diretamente da capacidade da empresa de alcançar a sustentabilidade operacional-financeira. Em outras palavras, é preciso buscar estratégias para que os produtos e serviços tenham um desempenho cada vez melhor, sem que isso traga consigo um aumento nos gastos.
Contudo, isso pode ser um grande desafio. Como é possível atuar nas duas frentes, aumentando a satisfação do usuário dos planos de saúde e reduzindo custos? A boa notícia é que algumas práticas podem ajudar, desde que consiga identificar os fatores que influenciam essa sustentabilidade.
A Sharecare, ecossistema da saúde, listou os seis fatores que têm grande impacto nos resultados das operadoras de saúde.
- Acompanhamento pela medicina preventiva
Uma primeira medida que tem grande influência na sustentabilidade operacional-financeira é a adoção da medicina preventiva como parte da estratégia da operadora. De forma bem objetiva, essa prática busca promover saúde e bem-estar para a população, a fim de reduzir o uso dos serviços. Os dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostram o quão impactante pode ser a medida.
Segundo divulgou a Anahp, cerca de 20% do investimento em saúde suplementar no Brasil é desperdiçado. No caso dos planos de saúde, é importante ter em mente que o custo tende a aumentar conforme os usuários envelhecem. Por isso, a medicina preventiva é mais essencial do que nunca.
Seu objetivo é prevenir doenças (físicas e mentais) e lesões em geral. Para isso, são implementadas ações de orientação para que as pessoas antecipem os problemas, desenvolvendo hábitos mais saudáveis que evitem o surgimento ou agravamento de um quadro clínico.
Isso envolve levantar dados sobre a população para que a operadora conheça suas principais demandas e, então, proponha soluções personalizadas para cada grupo.
- Campanhas de conscientização
Outro ponto que influencia o uso dos recursos é o conhecimento da população. Fatores como alimentação, atividade física e sono, por exemplo, têm grande impacto na saúde. Ainda assim, nem todo mundo sabe de que maneira gerenciar essas questões para ter uma vida mais saudável.
O papel da operadora de saúde, então, é de levar informação para que os usuários do plano de saúde sejam empoderados e se coloquem no centro do processo. O autocuidado é algo a ser valorizado, para que as pessoas encontrem o equilíbrio entre os fatores mencionados e previnam doenças e lesões.
Isso também envolve conhecer melhor os serviços e os canais adequados para atendimento. Se as pessoas entendem que em dada situação a melhor alternativa é agendar uma consulta, por exemplo, a operadora consegue reduzir visitas ao pronto-socorro — o que significa uma importante redução de custos com serviços desperdiçados.
Vale lembrar que, em tempos de pandemia, reduzir o fluxo de pessoas nas clínicas e hospitais é algo ainda mais importante.
- Otimização para assertividade da cobrança
O faturamento de uma operadora depende do pagamento feito por empresas ou diretamente pelos beneficiários. Assim, a gestão das contas a receber deve ser eficiente, de maneira que as faturas detalhem os serviços utilizados e os respectivos valores, além de serem enviadas aos canais de comunicação adequados.
Quanto mais beneficiários têm o plano de saúde, maior o impacto da inadimplência. Por isso, é importante redobrar a atenção na gestão de cobranças. Somado a isso, os vendedores de plano de saúde precisam estar alinhados à cultura de prevenção e autocuidado, evitando que o uso desenfreado dos serviços seja incentivado.
- Melhoria no fluxo de negociação com fornecedores
Os materiais e equipamentos utilizados no setor de saúde podem representar uma despesa alta, sobretudo quando o desperdício não é combatido. O caminho para a sustentabilidade operacional-financeira, então, depende de uma gestão inteligente dos recursos e do relacionamento com os fornecedores.
É fundamental estreitar laços e buscar sempre alternativas no mercado, a fim de conquistar preços cada vez melhores. Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), por exemplo, são itens de alto custo e merecem atenção especial para que haja mais de uma opção de fornecedor, possibilitando negociações mais favoráveis à operadora.
- Integração de dados
Quando a gestão é integrada e digitalizada, é possível controlar com mais eficiência a jornada do paciente pelos serviços de saúde. Um dos objetivos é evitar a repetição de procedimentos desnecessários, já que eles representam um custo extra e sem finalidade para o tratamento.
Quando a falta de comunicação acontece, diferentes clínicas ou médicos podem pedir o mesmo exame para o paciente. O resultado vai além do custo adicional, pois o tempo que isso toma pode atrasar o início do tratamento, o que reduz as chances de uma solução rápida e eficiente.
Para o paciente, é claro, o processo é ainda melhor se não se prolongar. No sentido contrário, a repetição de exames — sobretudo durante internações — pode gerar uma carga de estresse e de custos ainda maior.
- Tecnologia como facilitadora
A transformação digital já é uma realidade na saúde suplementar. Quem atua no setor tem à disposição uma série de soluções, plataformas e programas que trazem benefícios valiosos. Um bom exemplo disso é a telemedicina, que ganhou ainda mais espaço durante a pandemia e tem o potencial de reduzir custos e ampliar o acesso da população aos serviços.
O Pronto Atendimento (PA) Digital é um dos pilares dessa nova forma de atender as pessoas. Com uma infraestrutura tecnológica básica (um computador, um software e uma conexão com a internet), o paciente entra em contato com a equipe de médicos e enfermeiros.
Por trás disso, uma plataforma que gerencia os dados dos beneficiários permite que a operadora realize estudos detalhados para desenvolver suas ações estratégicas: campanhas, serviços, programas etc. Com essas ferramentas à disposição, a transformação digital avança a passos largos no setor.
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Fonte: Medicina S/A