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Para Robson Braga de Andrade, presidente da entidade, países desenvolvidos precisam destinar recursos para ação global

O combate à mudança climática é um caminho sem volta e, para que países em desenvolvimento, como o Brasil, cumpram suas metas de redução de emissões de carbono, é necessário que países desenvolvidos financiem iniciativas como redução do desmatamento.

A afirmação é de Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que chegou a Glasgow, na Escócia, para acompanhar a segunda semana de negociações na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26).

Para Andrade, é importante que os países desenvolvidos cumpram o compromisso assumido no Acordo de Paris de destinar US$ 100 bilhões anuais a ações ambientais.

Pesquisa divulgada recentemente pela entidade revela que 98% das médias e grandes indústrias do país adotam alguma ação de sustentabilidade em seus processos produtivos.

De acordo com Andrade, a CNI já desenhou seu eixo de atuação com base em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.

“Dentro dessa estratégia, entram questões como concessões florestais em áreas públicas, mitigação de [emissões de] GEE [gases do efeito estufa], bioeconomia e manejo de resíduos sólidos. Temas alinhados aos principais debates travados na COP26, como o combate ao desmatamento ilegal e o acordo para a redução de emissão do metano”, completa Andrade.

Nesta terça-feira (9), a CNI vai mostrar exemplos concretos de como o Brasil pode, e deve, segundo Andrade, ocupar lugar de destaque no debate e, principalmente, na implementação de ações concretas por um mundo mais sustentável.

Numa estratégia que interliga Glasgow e o Brasil, por meio de estúdios interconectados, a participação do país no maior debate sobre o clima do planeta será democratizada.

Na pauta, estarão soluções como:

• Levar energia elétrica limpa para comunidades remotas do Pantanal;
• Caldeira de biomassa;
• Uso de biometano na produção de aço e geração de energia;
• Uma fábrica flutuante de açaí na Amazônia; e
• Exemplos de conservação florestal a partir do manejo florestal sustentável.

Dados objetivos que mostram que o Brasil tem uma matriz elétrica formada por 85% de fontes renováveis, enquanto nos países da OCDE esse percentual varia de 18% a 27%.

Revelam ainda que, em alguns setores, como o do cimento, a indústria nacional emite três vezes menos CO₂ que a média global. Tem ainda um dos maiores índices de reciclagem de alumínio do mundo.

A indústria e sua atuação na conservação ambiental
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Para Andrade, há muito tempo a indústria brasileira assumiu a responsabilidade com a agenda ambiental e tem trabalhado para se tornar referência no uso eficiente dos recursos naturais e aproveitamento das oportunidades associadas à economia de baixo carbono.

“A sustentabilidade está no nosso DNA, tanto na busca de eficiência quanto na economia de recursos para ser mais competitiva e atender às exigências do mercado internacional.”

O mundo cobra do Brasil responsabilidade ambiental, e o setor privado tem interesse em se manter alinhado com os acordos internacionais, afirma o presidente da CNI.

O executivo destaca, ainda, não ser possível mais olharmos a sustentabilidade de forma fragmentada, como se economia, sociedade e meio ambiente tivessem interesses divergentes. Precisamos ver que esses três aspectos se complementam e convergem.

“Um alimenta o outro”, acrescenta.

E exemplifica: com investimentos em negócios sustentáveis e em agendas como a da bioeconomia, é possível aumentar o valor da floresta em pé, por exemplo, e fazer com que a própria sociedade conserve o meio ambiente ao ver efetivamente que a conservação ambiental gera riquezas e emprego e renda para suas comunidades.

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